domingo, 24 de janeiro de 2010

Carreira matemática – prós e contras de estudos matemáticos

    Meus estudos matemáticos começaram  em 1982, quando fiz uma incursão no nível superior, em dois anos de um  curso de engenharia,  e de modo intensivo em 1987, quando comecei meu curso de matemática, concluído em 1996; e até hoje,  ainda continuo a dedicar parte de meu tempo à matemática. Não estou considerando os meus estudos preliminares, do primeiro grau e do segundo grau, como eram chamados, respectivamente, o ensino  fundamental e o ensino médio atuais (se é que os burocratas já não lhes mudaram os nomes).  Além disso, comecei um mestrado em matemática em 1998, concluído em 2001, e comecei um doutorado em 2001, tendo concluído todas as disciplinas em 2005, e terminado em 2006 sem a conclusão.

   O que posso dizer é que conhecimento de matemática é imprescindível para interpretar os acontecimentos da vida, é importante para a tomada de decisões políticas, econômicas, empresariais, administrativas, tanto públicas quanto privadas.  A matemática é imprescindível para a internet, comunicações, códigos bancários, segurança de dados, desenvolvimento de tecnologias,  projetos militares, e tomada de decisões baseadas em estatísticas. 

  Mas será que os fins justificam os meios?  Quais são os malefícios da atividade matemática?

   Alguns dos malefícios da atividade matemática são:

     (1) A atividade matemática intensa e prolongada transforma a maneira de pensar, não só dos seus praticantes, como também das pessoas envolvidas, por relação de autoridade, com o praticante da matemática.  Este fato merece estudos de psicólogos, psiquiatras,  sociológos, e quaisquer outros profissionais interessados nas manifestações da mente humana e seus efeitos. A quantidade de matemáticos (e outros estudiosos das ciências ditas exatas) com comportamento autista, gente sem vida social saudável, é muito acima da média.  Não é difícil encontrar estatísticas para este fato. Já há referência a uma forma branda de autismo,  a síndrome de Asperger, muito comum nos meios acadêmicos das ciências exatas.  Se o comportamento autista é adquirido com a atividade matemática ou se é pré-existente, já é outro problema. Em todo caso, o ambiente que se constrói é péssimo para pessoas minimamente saudáveis mentalmente, e para as novas gerações de jovens ingressantes no curso superior. 

     (2) Desenvolvimento de comportamento paranóico, tanto nos alunos de estudos avançados, como em professores. Poucos são imunes aos distúrbios psíquicos. O comportamento paranóico se manifesta, algumas vezes, como um comportamento exigente e de rigor, justamente pelos elementos menos produtivos.

     (3) Desumanização do ambiente acadêmico, e por consequência, de toda a sociedade.  É só lembrar que a maioria dos cursos superiores tem disciplinas de matemática, notadamente de cálculo e estatística.  Aparentemente, apenas os cursos de humanidades estão imunes aos malefícios da matemática, talvez justamente por exercitar a dimensão da tolerância, e da conciliação entre elementos opostos. 

     (4) Violação de limites. Forma-se um estamento hermético doente, no qual há violação de limites, justamente pela falta de consideração das outras dimensões do saber.

     (5) Megalomania e falsa humildade. Juntamente com a paranóia, advém da perda de referenciais mentais a que é induzido, alunos avançados e professores, pelo estresse decorrente da obrigação, mais imaginária (aqui estamos considerando um desvio, reversível ou não, da consciência e sanidade mental) do que real, por resultados, ou, eventualmente por outros fatores que desconheço. 

     (6) Desconsideração das outras dimensões do saber: a dimensão ética, econômica, política, social, estética, científica, militar, utilitária, cultural, histórica, geográfica, moral, familiar, étnica, jurídica, mítica, religiosa, simbólica, poética, etc.

   

     Conclusão: A importância da matemática para o país, torna urgente o desenvolvimento de novos meios para a educação matemática.

     Sugestões:  (1) Investimento em educação à distância, por iniciativa governamental. Bons livros e revistas especializadas disponíveis aos  estudantes.

                      (2) Substituição de avaliação com conceito por avaliação de verificação e orientação.  Basta aperfeiçoar a avaliação para concursos públicos para os candidatos às carreiras acadêmicas, e para promoções.

                      (3)  Avaliação preferencial por resultados e citações, publicações de livros e artigos, em revistas e periódicos, e por capacidade de formação de novas gerações.

     O aluno precisa acreditar que o que interessa para ele e para a sociedade não é o conceito formal obtido de provas e avaliações, mas os resultados a que ele chegue, e que sejam úteis para a sociedade.                   

sábado, 9 de janeiro de 2010

Escolha de combustível: álcool ou gasolina

     Vou responder à pergunta: Com que combustível abastecer um carro com motor tipo flex, que consome álcool ou gasolina, baseado apenas no interesse de minimizar o custo de transporte a curto prazo?

    Não vou considerar a questão de qual combustível é o melhor em termos de manutenção do carro.

    Se o critério de escolha do combustível for o do melhor para o meio ambiente, então é certo que  álcool (etanol) é o melhor, ou pelo menos, o menos pior.

    Considero a hipótese de que o consumo de álcool seja 50% superior ao consumo de gasolina. Este número, 50%, obtive de informação divulgada pelo Inmetro, entidade governamental, cálculo aproximado (estrada e cidade aproximadamente o mesmovalor) para carro 1.0 flex , transmissão m-5, ar-condicionado, direção hidráulica. Suponho que para as outras marcas de carro os números não sejam significativamente diferentes.

    Se para percorrer uma distândia d, com gasolina, temos  um consumo de Ng litros, então, com álcool, temos um consumo de Na litros de álcool, e Na=1,5 x Ng. (Aqui, x é o símbolo da multiplicação)

    Considerando-se que o preço do litro de gasolina seja Pg e o preço  do litro de álcool seja Pa, então para percorrer-se a distância d,  o custo é Cg = Ng x Pg com gasolina, e o custo é Ca = Na x Pa com álcool. Mas, como Na = 1,5 Ng, então o custo com álcool é Ca = 1,5 Ng x Pa. 

   Normalizando-se a distância, podemos, sem prejuízo da escolha a ser feita, considerar a distância percorrida com um litro de gasolina. Neste caso, as equações se simplificam. Temos, assim, custo de gasolina Cg= Pg, e custo de álcool Ca=1,5 x Pa.

   Com isto já se pode calcular facilmente os custos pertinentes e decidir com qual combustível abstecer o carro. Basta multiplicar o preço do litro de álcool por 1,5 e comparar com o preço do litro de gasolina. Se este for menor, então deve-se abastecer o carro com gasolina, caso aquele seja menor, deve-se abastecer com álcool.

PS: Todos os números e variáveis  considerados nesta página são racionais.